Blog do Lau

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sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Maradona 50, uma vida convivendo com a ascensão e queda

Um tango escrito em 50 anos por Deus...




Tão emblemática quanto essa frase é a vida e a trajetória de Diego Armando Maradona no futebol.



Santificado mesmo quando foi profano, Maradona é, ao lado de Evita Perón e Carlos Gardel, um símbolo da Argentina. A devoção é tão grande que até causa certa reflexão em nós, vizinhos brasileiros. O ídolo tem que ser preservado, amado e homenageado. Nunca esquecido e jamais injustiçado.



Os erros de Maradona não apagam a sua importante contribuição para o futebol. É por causa dele, El Pibe, que o mundo discute preferências de ídolos, estilos e relembra jogadas geniais.



Foi marcante no Barcelona, deus em Nápoles e rei em Buenos Aires. Desfilou, encantou, emocionou e quase nos abandonou. Maradona venceu a maior das batalhas em 2004. Sobreviveu aos problemas cardíacos caudados por uma overdose de cocaína. Sim, ela de novo, a dama pura e fatal que no momento está divorciada do craque argentino.



No mesmo mês que Pelé comemorou seu septuagésimo aniversário e Mané Garricha faria 77 anos, Maradona consagra, nesse dia 30, o mês 10 (outubro) no futebol.



Se foi o melhor de todos eu não sei, mas com certeza foi o melhor que eu e a minha geração podemos testemunhar.







Maradona nas Copas


Na Copa do Mundo de 1978, Maradona, aos 17 anos, foi aclamado pelo povo. Porém o técnico Cesar Menotti foi o bobo da corte que apareceu mais que o rei e o Pibe ficou de fora. Argentina campeã com muitas ressalvas. Frustração do garoto de ouro.



Em 1982, na Espanha, Don Diego não foi bem e seu temperamento explosivo foi o destaque negativo. Derrota para o Brasil e uma agressão no volante Batista como saldo.



No México em 1986, mesmo país que consagrou o rival Pelé, Maradona saia do estágio de mortal para virar deus. Comandou o selecionado porteño para a segunda conquista da Copa do Mundo. Nessa Copa contra a Inglaterra, país não grato devido a Guerra das Malvinas, Diego foi histórico. O gol de mão, que virou até filme, agredia a honra inglesa na semifinal. Para finalizar, o gol mais bonito de todas as Copas nascia nos pés dele, Maradona. Na final contra os alemães, uma vitória suada que homenageou o futebol arte. Inesquecível.



Ídolo do Nápoles, Dieguito jogou a Copa de 1990 na Itália. Eliminou o Brasil quando jogou machucado. Também fez pela primeira vez os torcedores do país sede torcer contra a seleção local (Itália na semifinal, em Nápoles) e chorou ao perder o título para a Alemanha na final. Dois anos mais tarde teve o seu primeiro escândalo de doping devido à cocaína, sua maior adversária.



Na primeira Copa sediada pelos Estados Unidos da América, em 1994, Maradona aparecia novamente como esperança. O esforço fora do comum para entrar em forma foi manchado pelo uso de efedrina, substancia dopante que acelera o metabolismo. Diferente da cocaína, que é um doping social e prejudica o atleta, a efedrina beneficia diretamente no desempenho do jogador.



“Sentia que havia jogado um partidaço [contra a Grécia] , estava feliz. Veio essa enfermeira a buscar-me e não suspeitei de nada. O único que fiz foi olhar à Claudia [esposa], que estava na tribuna, e lhe fiz um gesto como dizendo-lhe: 'e essa, quem é?'. Estava tranquilo porque havia feito controles [antidoping] antes e durante o mundial e todos davam bem”, disse o craque Maradona na época.



O Brasil conquista o título após um jejum de 24 anos jogando um futebol pragmático, os pênaltis, e Maradona conhecia a depressão.



Quando todos esperavam que a Copa e Maradona nunca mais ficassem lado a lado, Dieguito aparece como técnico, em 2010. Foi o personagem da Copa com seu carisma, protegeu o maior craque do time, Messi, e novamente foi eliminado pela Alemanha. Simbolicamente técnico, faltou se preocupar coma defesa, coisa que nunca fez quando jogava.



Com isso, a Copa do Mundo tem um capitulo especial para o gênio que fez da luta a sua vida.



Parabéns Don Diego Armando Maradona!











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