Vanderlei Luxemburgo está em xeque, Sergio Baresi respira aliviado
No papel dois times respeitáveis com jogadores consagrados capazes de decidir uma partida ou, até mesmo, um campeonato. Na história duas tradições que orgulham duas nações. Na beira do gramado, dois técnicos com histórias e aspirações diferentes.
O duelo entre Atlético Mineiro e São Paulo colocou frente a frente o calouro e o professor. Vivendo momentos de crise no Campeonato, Sergio Baresi quer garimpar o seu espaço no cenário nacional, enquanto o multicampeão, Vanderlei Luxemburgo, tenta se reencontrar na profissão e justificar o alto investimento que sua comissão técnica exige.
O Atlético Mineiro é o primeiro campeão do Campeonato Brasileiro, em 1971. Ao longo dos 39 anos de competição, montou pelo menos dois times fantásticos, 1977 e 1980, que poderiam enriquecer ainda mais a sala de troféus do Galo Vingador. Se no ano passado o time sem pretensão de Celso Roth quase foi campeão, liderou o brasileiro por oito rodadas, esse ano o presidente Alexandre Kalil investiu em um comandante acostumado a fazer grandes projetos de sucesso.
Vanderlei Luxemburgo está em xeque. Há tempos não convence o exigente mundo do futebol que seu padrão ajudou a construir. Passou discretamente por Palmeiras e Santos, ganhando apenas campeonatos estaduais, e ainda tem que conviver com o sucesso dos meninos da Vila que foram barrados na sua era. Com o time na zona de rebaixamento e com um elenco montado por ele, o manager ainda se garante pelo nome.
Ainda...
Já Sergio Baresi aceitou a responsabilidade de comandar um elenco abatido pela perda de identidade e da Libertadores. Procura inovar nos treinamentos, mas sabe que é apenas um estepe para a chegada de um técnico experiente que a diretoria procura. Jovem, ainda tem que se subordinar ao grande ídolo tricolor, Rogério Ceni.Um começo difícil, mas os grandes nomes nascem assim, com grandes desafios.
O jogo no Ipatingão, que celebrou a vitória do São Paulo por 3 a 2, foi interessante. Com a necessidade de vitória, as duas equipes foram ao ataque e deram emoção para as carentes torcidas. O garoto Marcelinho, do São Paulo, e o rodado Obina, do Atlético Mineiro, foram os nomes de seus times na ultima rodada do primeiro turno. Duas viradas e dois destinos.
A juventude de Casemiro, Marcelinho e Sergio Baresi foi mais eficiente do que a maturidade de Ricardinho, Réver, Obina e Luxemburgo. Taticamente os dois times ainda pecam no sistema defensivo. Sergio Baresi foi mais feliz nas substituições.
Para o segundo turno, O São Paulo lutará por uma vaga na Libertadores. Do outro lado, Vanderlei Luxemburgo e seu projeto tentarão encontrar o caminho do bom futebol e se manter na primeira divisão do futebol brasileiro.
Mesmo assim ainda é muito pouco para São Paulo e Atlético Mineiro...
FICHA TÉCNICA
ATLÉTICO-MG 2 X 3 SÃO PAULO
Local: Ipatingão, Ipatinga (MG)
Data e Hora: 5/9/2010 - 18h30
Árbitro: André Luiz de Freitas Castro (GO)
Auxiliares: Alessandro Álvaro Rocha de Matos (Fifa-BA) e Fabrício Vilarinho da Silva (GO)
Renda/público: Não disponíveis
Cartões amarelos: Eron, Neto Berola e Obina (Atlético-MG) Miranda, Renato Silva, Dagoberto e Casemiro (São Paulo)
Cartões vermelhos: Não houve.
GOLS: Casemiro 9'/1°T; Obina 17'/1°T; Obina 38'/1°T; Marcelinho 10'/2°T; Fernandão 14'/2°T
ATLÉTICO-MG: Fábio Costa, Diego Macedo, Werley, Réver e Eron; Rafael Jataí (Jackson 25'/2°T), Serginho, Fabiano e Ricardinho (Mendez 18'/2°T); Neto Berola (Ricardo Bueno 25'/2°T) e Obina. Técnico: Vanderlei Luxemburgo
SÃO PAULO: Rogério Ceni, Jean, Miranda, Renato Silva e Junior Cesar (Cléber Santana - Intervalo); Richarlyson, Rodrigo Souto, Casemiro e Marcelinho (Samuel 27'/2°T); Dagoberto (Jorge Wagner 33'/2°T) e Fernandão. Técnico: Sérgio Baresi.
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