Blog do Lau

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terça-feira, 22 de junho de 2010

Maradona, um D10s profano...

Quando imaginamos um ser divino e superior nós associamos a ele algumas qualidades essenciais para que a nossa crença seja mais intensa, coesa e verdadeira. Perfeição, misericórdia, justiça, bondade, sabedoria, eternidade e amor são as qualidades em questão, indispensáveis em qualquer religião. Porém quando elevamos alguma pessoa ao patamar divino, mesmo que seja apenas no sentido figurado, nós levamos em consideração a sua trajetória ou sua carreira.



No esporte temos vários deuses, reis e príncipes que vendem suas imagens e inflam uma torcida ou até mesmo uma nação inteira. Nessa Copa do mundo a divindade é Diego Armando Maradona.


Maradona não é perfeito. Não tem misericórdia com os adversários e não é eterno, apesar de ter praticamente renascido em 2004. Mas tem sido justo com seus escolhidos, bondoso com a imprensa e sábio em sua conduta.


Ás vezes demoramos a entender toda essa devoção dos argentinos com Gardel, Evita e Maradona. Chegamos perto quando falamos em Airton Senna, talvez. Nem com Pelé nós somos tão insanos quanto eles.




Como jogador el Pibe foi um fora de série. Conduziu a seleção alviceleste ao título de 86, deu status de vencedor ao pequeno Nápoli e divulgou o Boca Juniors pelo mundo. Genial dentro de campo tinha uma habilidade acima do normal. Fora de campo se perdeu quando se envolveu com as drogas.


A belíssima campanha da Argentina no mundial aliada ao futebol ofensivo e diferente dos demais adversários vem trazendo fiéis do mundo todo para Maradona. Seu carisma, jamais imaginado pelos céticos mortais devido as ofensas depois do jogo do Uruguai pelas eliminatórias, o transformou no alvo preferido das câmeras e microfones. Seu estilo elegante surpreendeu tanto quanto a sua calma nas coletivas. A FIFA que o odiava, agora comemora a sua vinda.


Ele passa o jogo todo com o time. Faz caras e bocas e sempre quando tem oportunidade ele pega, chuta ou apenas amansa a Jabulani. É o brilho maior da Copa de Mandela.


A vida de Dieguito é como um tango inacabado. A Copa do Mundo talvez seja a harmonia que falta, pois a letra, melodia e arranjo já estão definidos.


Se os deuses do futebol quiserem o sucesso desta competição, vão proteger a Argentina com a mística das equipes vencedoras. Mas como também são imperfeitos, ciumentos e muitas vezes injustos, talvez Maradona não consiga mais esse milagre...

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