Blog do Lau

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quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Quando manipular resultado é crime ou legítimo?

O esporte mundial vive um momento emblemático em pleno começo de século. A ética e o espírito esportivo são destaques nas rodas de bares e na imprensa de um modo geral e formam duas teses que colocam a paixão cara a cara com a razão. Quando a decisão de manipular me favorece, é legitimo, caso contrário é um crime.




Que sempre existiu manipulação de resultados é um fato tão certo quanto 2+2 =4. O ser humano é passível de erro e por causa da sua imperfeição, é corrupto por natureza.



Agora o Corinthians, que não foi tão empenhado no ano passado na partida contra o Flamengo em Campinas prejudicando os rivais São Paulo e Palmeiras, está nas mãos deles. Por não depender apenas de suas forças, o único título do centenário está ameaçado pela vingança motivada pelas torcidas. Marmelada em favor do líder Fluminense ganha força.



Quem aceita a mala branca para ganhar uma partida, que é a obrigação do atleta profissional, pode muito bem aceitar mala preta para entregar uma partida.



Quem perde uma partida profissional para prejudicar o rival, pode muito bem perder uma partida para derrubar o técnico. Em todos esses casos, a falta de caráter e honestidade é predominante.








Algumas manchas do Esporte


Formula 1


Na Formula 1 é comum ver os tão falados jogos de equipes, ou seja, pseudônimos de marmeladas. Ayrton Senna deixou o seu companheiro Berger passar, Rubinho fez o mesmo com Schumacher, Kimi Raikkonen com Felipe Massa e mesmo Massa com Fernando Alonso. Em todos os casos, seja por gratidão ou luta pelo título, quem participou errou. É contra a ética.



No GP de Cingapura, em 2008, Nelsinho Piquet bateu o carro de propósito para forçar a entrada do carro de segurança na pista. Alonso foi para o pit stop antes de todo mundo e ganhou a prova. No ano seguinte a farsa caiu e Flavio Briatore, mentor dessa marmelada, foi banido do esporte.



Postura desejada e esperada



A equipe RBR pode fechar com chave de ouro essa temporada sem utilizar dessa manipulação, pois seus pilotos disputam o título com Alonso e o mundial de construtores já foi ganho por antecipação. É possível ganhar legitimamente.



Vôlei



Esse ano a equipe de Bernardinho se envolveu nessa polemica. Revoltados com o regulamento que beneficiava a Itália e com problemas de levantadores, um time reserva foi colocado em quadra e a má vontade de vencer culminou na derrota a Bulgária. Com o resultado, o Brasil seguiu no torneio em uma chave mais tranqüila e conquistou o terceiro título seguido do Campeonato Mundial de Vôlei. E não precisava de nada disso, pois a equipe comandada por Bernardinho é a melhor seleção do mundo e venceria em qualquer chave.



Futebol



Campeonato Paulista de 77. Até hoje festejado pelos corintianos, foi marcado pela expulsão de Rui Rey, da Ponte Preta. Com um a menos, o Timão quebrou um longo jejum de títulos que durava 23 anos. Rui Rey foi contratado pelo Corinthians logo em seguida.



Na Copa do Mundo de 1978, a anfitriã Argentina, que vivia uma forte crise política, venceu o Peru por 6 a 0 e se classificou para a final pelo saldo de gols. A Copa não poderia ficar com o Brasil, melhor equipe, e foi então que os bastidores entraram em cena e a vergonha foi eternizada para a história.



Espanha 1982. A Copa do Mundo novamente é destaque mundial, não pela beleza do esporte, mas pela falta de seriedade. Uma vitória simples da Alemanha sobre a Áustria classificaria as duas seleções e eliminaria a sensação Argélia. Ainda no primeiro tempo os alemães fizeram 1 a 0 e depois tocaram a bola até o jogo acabar.



Em 1986, América e XV de Jaú fizeram o jogo da marmelada no Campeonato Paulista. Não jogaram futebol e o empate em 0 a 0 beneficiou os dois times e prejudicou o Comercial de Ribeirão Preto, que caiu para a divisão intermediaria.

 Se não desejarmos uma postura ética e correta no esporte, também poderemos esquecer de cobrar honestidade dos governantes e caráter dos nossos filhos.



Perder de propósito não é malandragem, é muito mais sério.



Profissional, a decisão é sua. E a consciência também...









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