Blog do Lau

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sexta-feira, 14 de maio de 2010

O Herdeiro de Menotti e Lazaroni

O pênalti desperdiçado por Roberto Baggio na final da Copa de 94 tirou o Brasil de uma fila de 24 anos de jejum sem gritar e se emocionar com um título mundial. Pela primeira vez um país alcançava o Tetra. Pela primeira vez o samba deu lugar para a marcha militar e fez sucesso.


Símbolo dessa seleção, que contava com a genialidade de Romário e Bebeto, o capitão Dunga dava a volta por cima depois do fracasso mercenário da Copa da Itália em 1990. A garra era traduzida pura e simplesmente em combate dentro de campo. Jogar feio era sinônimo de eficiência e objetividade. Dunga, de cabelo arrepiado, era o Schwarzenegger de uma era pouco criativa, mas vencedora.


É claro que não teremos mais uma seleção como a de 70 ou de 82. Também não escutaremos mais um gol narrado por Osmar Santos ou Fiore Gigliotti. Não leremos um poema novo de seu Armando Nogueira e não pintaremos o escudo da CBF nas ruas como antigamente, mas o pouco de alegria e esperança do povo brasileiro foi arrancado sem anestesia pelas mãos do cirurgião sem diploma, Carlos Caetano Dunga, ao barrar Paulo Henrique Ganso, Neymar e Ronaldinho Gaúcho. Até a África do Sul sentiu o baque.


O ser humano não é coerente em sua essência, mudar faz parte da evolução da espécie. Dunga ainda carrega as marcas e mágoas da imprensa brasileira. Talvez o capitão de 94 merecesse mais reconhecimento, mas isso não lhe dá o direito de vingança. Não chamar esses jogadores e encher o escrete brasileiro de volantes limitados, como fora quando jogador, foi golpe baixo.


Caso o capitão Lucio levante a Taça no dia 14 de julho em Johanesburgo, será apenas mais um título do país do futebol. Agora dependendo da campanha e dificuldades no torneio, Dunga entrará para a história como o herdeiro maldito de Cesar Luis Menotti e Sebastião Lazaroni.


Por isso senhor Luis Álvaro de Oliveira, mesmo não sendo torcedor do glorioso praiano, segure no time Paulo Henrique Ganso e Neymar para aliviar um pouco do sofrimento pós-Copa do povo Brasileiro.


Ao contrário da indignação do assistente Jorginho, torcer para que a seleção brasileira alcance êxito na Copa é, acima de tudo, um risco perpetuação da bur(r)ocracia do samba, da ginga e da nossa alegria.

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