Uma carreira promissora, muito dinheiro e fama. O jovem Thiago Ribeiro, de 24 anos, deixou a simplicidade de Pontes Gestal, interior de São Paulo, para se transformar em um dos principais atacantes da nova geração do futebol brasileiro. Rápido e dono de um chute preciso, Thiago Ribeiro é o artilheiro da Taça libertadores da América desse ano, com oito gols e dificilmente será alcançado, pois concorrente mais próximo que ainda continua na competição é Washington, cinco gols, que anda sem prestigio no São Paulo e não vem sendo relacionado nas partidas.
Revelado pelo Rio Branco de Americana e com passagens pelo São Paulo, Bordeaux, Al-Rayyan, o atacante, que atualmente defende o Cruzeiro, teve a sua vida marcada no dia 9 de julho de 2008 ao se envolver em um violento acidente de transito que resultou na morte do montador José Antônio de Souza na rodovia Euclides da Cunha, em Tanabi.
Carro do jogador
Segundo testemunhas, Thiago voltava de uma festa em Votuporanga em alta velocidade dirigindo seu automóvel Astra quando perdeu o controle e atropelou o montador que caminha no acostamento. José Antônio voltava de Sebastianopolis do Sul, onde tinha concluído um serviço, quando teve problemas mecânicos com seu Passat, estacionado no terreno ao lado do acostamento direito da via. O impacto foi tão grande que dilacerou a vitima em cinco pedaços e ainda fez o veiculo do atacante capotar após bater em um barranco. Inexplicavelmente os documentos de José Antonio e de seu veiculo sumiram do local e o mesmo foi levado para Tanabi como indigente.
Crédito: Estanislau Junior
Vera Lúcia Lourenção de Souza
Vera Lúcia Lourenção de Souza, 45 anos, viúva do montador, mora em Engenheiro Schmitt e passa por dificuldades para sustentar os quatro filhos, um adolescente de 15 anos, uma menina de nove, um menino de cinco anos e um bebê de apenas 1 ano de dois meses. Ela explica que tentou a conciliação com o jogador, mas não teve sucesso. Ignorada e humilhada pela família e pelo jogador, Vera teve que arcar sozinha com as despesas do funeral e conta que recebeu apenas duas cestas básicas de Thiago Ribeiro, uma no Natal e outra na páscoa. O marido tinha renda fixa de R$ 800, mas não era registrado, que tira o direito de uma aposentadoria para a família. O seguro DPVAT foi concedido para a família do montador.
Crédito: Estanislau Junior
Advogada Elianer Aparecida Berrnardo
Eliane Aparecida Bernardo, advogada de Vera, conta que teve dificuldades em achar o processo. No inquério policial Thiago figura como vítima e a advogada acha muito estranho o fato de apenas o montador ter passado por exame para saber a dosagem de álcool no corpo e o atacante, que ficou internado, não. Ela também fala da dificuldade em conversar com o jogador que pediu para Eliane enviar uma proposta por e-mail, mas esse nunca foi respondido.
Na ação movida contra o jogador, a advogada pede pagamento de uma pensão mensal equivalente a quatro salários mínimos, no período entre a data da morte e a que a vítima completaria 70 anos, totalizando R$ 783,360 mil, além de indenização de 300 salários mínimos para cada um dos cinco autores, a título de danos morais.
A primeira audiência sobre o caso está marcada para o dia 8 de junho e o processo tramita na 3ª Vara Cível de Rio Preto. Thiago Ribeiro poderá autorizar uma pessoa para representá-lo na audiência, evitando o encontro com a família de José Antônio de Souza.
Segundo a assessoria de imprensa, o jogador é inocente e vai se defender das acusações na audiência.