Messi será melhor que Maradona

Simples, dedicado e fantástico. Messi é o presente vencedor e o futuro desafiador da história do futebol

Se no país cinco vezes campeão do mundo é inimaginável algum jogador superar os feitos de Pelé, na Argentina o jovem Lionel Messi começa a ameaçar o reinado do D10s, Diego Armando Maradona. Dono de uma habilidade diferenciada que se completa com força física, eficiência e regularidade, Messi é, sem dúvidas, o melhor de todos na atualidade.



O premio de melhor do mundo pelo segundo ano consecutivo veio apenas confirmar a sua grande fase. Mesmo sem ganhar a Copa do Mundo do ano passado, Messi foi reconhecido com o troféu que, em um passado não muito distante, os brasileiros dominavam. Foi merecido e dessa vez a fofa da FIFA acertou.



O jovem argentino chegou ao Barcelona ainda menino. Foi talhado para ser um profissional comprometido e um homem exemplar. Messi não rende noticias fora de campo e não é marrento. Apenas faz da bola seu instrumento de vida.



Maradona foi um gênio dentro de campo, mas não teve a mesma sorte que Messi. Não foi convocado por Cesar Luis Menotti para a Copa da Argentina em 1978. Em 1982 foi eliminado com a platina de forma melancólica após agredir o brasileiro Batista. Na Copa seguinte só não fez chover. Marcou o gol mais bonito de todas as Copas, protagonizou o famoso gol de mão, de mano de Dios, e beijou a taça de campeão no final. Na Itália, em 1990, eliminou o Brasil, mas sucumbiu contra a Alemanha na decisão. Quatro anos mais tarde, foi levado pela enfermeira como se fosse um condenado caminhando no corredor da morte. Pego no doping, manchou a sua despedida.



Lionel Messi jogou a Copa de 2006. Machucado pouco rendeu. Em 2010, sob o comando de Maradona na África, Messi foi titular e camisa 10 da Copa. Caiu nas quartas de final. Porém o que mais impressiona no melhor do mundo é que ele tem apenas 23 anos. Messi não tem a cocaína como adversária direta na vida. Diferente da maioria, o melhor do mundo não é mercenário e não tem motivo para deixar o Barcelona. Por sua vez, o clube catalão não tem motivos para negociar o argentino.



Messi pode superar o mito Maradona se vencer a próxima Copa. Não é uma simples Copa, pois a sede é no Brasil, maior rival da Argentina. Se ele contribuir para outro Maracanazzo então, será imortalizado.



O fato de Messi não ter jogado na Argentina ainda pesa, mas a sua dedicação em qualquer partida, seja pela seleção, seja pelo Barça, vai convencendo os argentinos que ele pode levar alegria novamente para seu país. A nação pode confiar em Messi, pois ele não é uma roleta russa como Dieguito.



Me sinto feliz e honrado por ter acompanhado o auge de Maradona e ser testemunha do talento de Messi, os dois melhores da história pós-Pelé...