Daniel Alves não jogará mais pelo São Paulo. Torcedor assumido
do tricolor, o Good Crazy, como se auto intitula, se recusou a jogar até que a
milionária dívida que o clube tem seja sanada. Por sua vez, a diretoria
comunicou, via imprensa, que ele não jogará mais pelo clube.
Essa saída expõe dois camisas 10, apesar que o Daniel
é Lateral e não meia. Raí foi quem ajudou a trazer Daniel. O nosso rei e terror
do Morumbi, fracassou quando assumiu o posto de homem forte do futebol. Deram
as chaves do clube e prometeram um dinheiro que o São Paulo já não teria condições
de honrar sem a pandemia, imagina com os estragos do Covid-19.
Mas uma coisa me entristece. Sou do tempo que o São Paulo
era sinônimo de vanguarda. O clube pagava em dia, tratava e recuperava
jogadores vindos do exterior em seu moderníssimo REFFIS e era dono do principal
estádio particular do país. Recebíamos shows internacionais, Madonna e Michael
Jackson, por exemplo. Patrocínios ficavam anos na camisa e ainda por cima tínhamos
o mestre Telê, que ajudou demais com a hegemonia são-paulina. Hoje em dia,
ainda somos grandes, mas não como antes.
A vergonha de ver o clube rescindir com um jogador por
causa que deve uma bolada a ele é triste. Daniel tem o seu direito de receber e
não deve ser demonizado por isso. Quanto ao fato dele ser ou não torcedor são-paulino,
não importa nesse momento. O clube deve. Não é motivo de comemorar e sim
aprender com os erros e evoluir.
Nós somos um clube que tem o número 01 mais forte que
a 10, pelo que o Rogério Ceni jogou, conquistou, quebrou recorde e revolucionou.
Mas, em nossa galeria, temos Pedro Rocha, Gerson, Zizinho, Pìta e Raí. Não é
pouca coisa para a história de um clube de futebol. Por isso ela deve ser
preservada, suada, conquistada e merecida.
Ver a camisa 10 em Cueva, em Daniel Lateral Alves e Nenê
foi rebaixar a mística da camisa. Não sabiam da grandeza da camisa e não eram
grandes suficientes para vesti-la.
Temos que resgatar, não só a camisa 10, mas o clube.
Não dever e pagar em dia é obrigação. Formar jogadores e contribuir para que
eles sejam homens de bem é o mínimo.
Voltar ao topo será uma tarefa difícil, mas a gestão Casares
tem que dar o ponta pé inicial...
Estanislau de Oliveira Lima Junior
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